Para conhecer o mercado, é necessário primeiro saber que a chance de se obter melhores resultados implica correr maiores riscos. Por definição, risco é a probabilidade de certeza (ou de incerteza) sobre o retorno de seus investimentos.
Há dois tipos de riscos:
Risco de retorno: não se sabe se terá o dinheiro de volta no final da aplicação (Ex.: Títulos Públicos).
Volatilidade: quando a aplicação está suscetível a variações diárias (ex.:ações do tipo small caps).
Dessa forma, as aplicações essencialmente podem ser divididas em 2 grandes grupos:
Renda Variável: implica maiores riscos mas também maior potencial de retorno.
Renda Fixa: implica menores riscos entretanto menor retorno.
As aplicações de renda fixa compreendem a Poupança, o Tesouro Direto, os fundos DI e RF e as Debêntures, em ordem crescente de risco e, consequentemente, de potencial de retorno. As aplicações de renda variável compreendem o mercado de ações em bolsa. A seguir serão brevemente explicadas, uma a uma, cada modalidade de aplicação:
Poupança
Acessível, muito segura, isenta de Imposto de Renda (até 50 mil reais aplicados), liquidez ampla (sem taxas para resgate, aliás, não há taxa alguma cobrada) e baixa volatilidade. Mais recomendado para aplicações de curto prazo (no máximo 2 anos), devido a sua baixa rentabilidade (cerca de 6,5% em 2009, sem contar a inflação). Dica: faça aplicações em pelo menos 2 dias diferentes do mês (2 aniversários), assim se perde menos juros na data do resgate da aplicação.
Tesouro Direto
Corresponde à venda de títulos de dívida pública. Funciona como se fosse um cheque pré-datado, que o investidor “compra” por um valor menor e, no vencimento, resgata o valor do cheque.
Há três tipos: pré-fixados, pós-fixados e os atrelados à inflação. Acessível (necessita contratação de corretora), menor risco do país (até que o país quebre e este dê o calote, todos os outros bancos já quebraram antes), possível escolher o título, liquidez restrita, maior volatilidade e vencimentos longos. Como o vencimento é longo, os problemas surgem quando o investidor deseja se livrar do Título antes de seu vencimento.
Em primeiro lugar, o título só pode ser vendido às quartas-feiras e em segundo lugar há baixa procura pelo mesmo, assim fica sujeito à volatilidade e implica desvalorização no caso de venda antes do vencimento. Indicado para quem deseja aplicar por longos prazos, ou seja, para quem não precisará do dinheiro agora e nos próximos períodos.
Fundos DI e RF
São vários títulos da dívida pública oferecidos por bancos, portanto, possuem a vantagem de se poder resgatar a aplicação quando quiser e por um valor melhor do que a compra direta de títulos da dívida pública. São acessíveis, seguros, possuem liquidez ampla e volatilidade baixa, entretanto, a gestão profissional promovida pelo banco implica uma taxa de administração que, para uma aplicação no curto prazo, torna a poupança mais interessante.
Debêntures
Parecido com o título de dívida pública, mas neste caso são dívidas privadas. Há um risco de se levar o calote da empresa, mas é acessível (antigamente o capital necessário para esta aplicação era muito alto, mas a pulverização em cotas menores das debêntures de boas empresas aumentou a acessibilidade desta modalidade ao pequeno investidor). É necessário contratar uma corretora e é possível escolher os títulos. Há um pregão só para as debêntures, o Bovespa Fix, mas como é relativamente novo, há pouca negociação e dificuldades de revenda, o que causa volatilidade e restrições de liquidez.
Ações
Acessível e volátil (acompanha variações diárias da Bolsa de Valores). Como seu desempenho depende do mercado e da companhia, o risco é heterogêneo. A Petrobrás, por exemplo, já é uma empresa grande e consolidada, portanto o risco de que ela feche as portas no ano que vem é muito pequeno, entretanto a possibilidade da empresa dobrar de tamanho no mesmo período é muito baixa também, o que implica uma possibilidade de retorno mais conservadora para quem decidir comprar seus papéis de ações.
Estes papéis das grandes empresas, são conhecidos como Blue Chips. Este tipo de ação tem risco e probabilidade de retorno diferentes das ações de pequenas empresas, chamadas de Small Caps.
As Small Caps são papéis com grande probabilidade de retorno, afinal, para uma empresa de pequeno porte dobrar de tamanho em pouco tempo é muito mais factível que no caso da Petrobrás, entretanto o risco de que ela feche no mesmo período é tão grande ou maior, o que lhe confere um risco muito grande.
Uma grande vantagem do mercado de ações é que o investidor ganha de duas maneiras: através dos dividendos da empresa (parte do lucro que é distribuído entre os sócios) e da valorização dos papéis (adquiridos pelo investidor, tornando-se sócio da empresa).
A forma de se investir em ações também pode ser dividida em 4 modalidades:
- Compra direta
- Fundos de investimentos em ações (passivos ou ativos)
- Fundos de índices (ETF’s)
- Clubes de investimento.
No caso do fundo de investimento em ações ativo, o gestor do fundo é mais agressivo e fica movimentando as ações a fim de se aumentar os ganhos, o que implica em muitas vezes a cobrança de taxas de performance.
A vantagem é que o investidor pode maximizar seus ganhos com a contratação de um bom gestor e reduz sua carga de stress por não ter que disponibilizar tempo e conhecimento para gerenciar estas ações. Já o fundo de investimento passivo é baseado em um índice, o que lhe confere maior conservadorismo.
Os ETF’s são fundos de investimentos em ações, com corretora, compostos por uma cesta de ações que representam indicadores, mas cujas cotas podem ser negociadas como se fossem ações. O risco é menor do que a compra de ações avulsas porque compreende uma diversificação maior de ações com a compra de uma cota, obtendo diversificação com uma única operação. As taxas de administração são menores que nos fundos de investimentos passivos, o que torna os ETF’s mais vantajosos.
Por fim, os clubes de investimento são indicados para quem tem pouco dinheiro a investir, precisam de motivação e/ou buscam trocar experiências com outros investidores.