Mercado financeiro: como a variação do dólar pode afetar as minhas aplicações financeiras?

Nos últimos cinco anos o dólar teve uma variação no mínimo escandalosa: saiu de um patamar de R$ 1,72 (06/02/2012) para incríveis R$ 4,00 em 2015 e R$ 3,59 (em Abril de 2016). Com a iminência de um impeachment, o dólar deve sofrer variações ainda mais severas.

Mas além de influenciar diretamente na nossa viagem de férias pra Orlando ou Miami, obviamente o dólar (e suas oscilações) também afeta os investimentos de forma direta ou indireta. Vamos explicar neste post como a variação dele pode afetar as aplicações financeiras e que tipos de investimentos podem ser mais vantajosos quando o dólar cai ou sobe. Vamos lá?

Mercado financeiro como a variação do dólar pode afetar as minhas aplicações financeiras

Como a variação do dólar impacta as aplicações financeiras

Quanto maior a procura por um produto ou serviço, maior a chance dele se valorizar e quanto menor o interesse, menor também a sua valorização, certo? Isso também acontece com as moedas. Quando acontece uma crise, a tendência é que os investidores internacionais recuem e até retirem suas ações naquele determinado país, por conta do risco que estão correndo.

Quando um investidor (principalmente estrangeiros) faz aplicações financeiras, no fundo ele está acreditando no futuro promissor daquele investimento e que ele vai lhe garantir rentabilidade, caso contrário não há razões para investir.

Crise no Brasil é um dos principais riscos internacionais em 2016

Por isso, um país com uma moeda instável, incerteza e caos político vira sinônimo de prejuízo, afinal, o poder de consumo e as oportunidades de desenvolvimento de negócios diminuem drasticamente, além disso o risco de calote é maior.

Veja abaixo que atores político-econômicos podem influenciar na oscilação do dólar (especialmente a alta dele) e investimentos ligados a ele dentro do Brasil:

  • Inflação
  • Juros
  • Investimentos estrangeiros
  • Bolsa de valores
  • Desaceleração do consumo (combinado com a crise)
  • Selos de risco 
  • Instabilidade política como o impeachment
  • Desemprego

Com o real desvalorizado, o dólar tende a subir, já que os investidores estão buscando por ações e investimentos mais seguros e a moeda americana ainda é considerada referência na economia mundial. Mas e as suas aplicações? Podem sofrer algum tipo de risco?

Como dissemos anteriormente, o dólar americano é usado como referência na maioria das transações internacionais, como: investimento estrangeiro direto, investimentos em bolsa ou outros ativos de países diferentes, empréstimos externos, transferências financeiras, etc. Alguns bancos e corretoras oferecem a possibilidade de investir em dólar através dos fundos cambiais. Esses fundos aplicam pelo menos 80% dos recursos em ativos ligados ao dólar e ao euro. A desvantagem é a cobrança de taxas administrativas e de imposto de renda (veja mais detalhes no próximo item).

Conheça os tipos de dólar utilizados nessas operações:

  • Dólar comercial: usado para operações entre bancos, instituições financeiras ou grandes empresas;
  • Dólar turismo: negociado entre bancos e pessoas físicas que vão viajar ou fazer compras no exterior;
  • Ptax: taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central do Brasil. Consiste na média das taxas informadas pelos negociadores durante 4 períodos do dia.
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Variação do dólar: quais são as melhores alternativas de investimento?
Um dos maiores desafios dos investidores em ganhar dinheiro com a alta do Dólar está em saber a hora certa de comprar e vender a moeda para se aproveitar da volatilidade de curto prazo.
Antes de fazer investimentos com base no dólar e no seu câmbio é importante ter plena consciência que este é um tipo de investimento com riscos de mercado (semelhante ao risco de investir na bolsa, por exemplo). Muitos especialistas, recomendam, inclusive não investir em nada que esteja atrelado ao dólar, uma vez que é muito difícil prever se ele vai subir ou cair mais do que já subiu ou caiu, mas existem aqueles também que defendem algumas formas de lucrar com a alta do dólar.
Para alguns especialistas, as aplicações de renda prefixadas são as que mais perdem com a alta do dólar. Quando o dólar sobe, as taxas de juros também ficam mais altas para conter a inflação e isso desvaloriza o preços dos títulos, principalmente no curto prazo. No longo prazo, porém, este cenário muda: os títulos acabam recuperando as perdas e conseguem ter rentabilidades bacanas.
Uma opção razoável são os fundos multimercado. Esses fundos possuem uma variedade grande de títulos públicos, moedas, ações e commodities e têm o objetivo de renderem mais que a renda fixa (veja aqui algumas dicas bacanas do consultor financeiro Rafael Seabra sobre fundos multimercado). Com essa diversidade os fundos permitem adotar melhores estratégias de acordo com a variação do cenário econômico.
Fundos de ações de empresas exportadoras podem ganhar com a depreciação do câmbio (redução). Esta foi uma grande aposta de analistas e bancos no início de 2015. Mas lembre-se: a rentabilidade dos fundos de ação depende das empresas em que o fundo investe, podendo ser beneficiados ou não pela apreciação do dólar.

Fundos cambiais, são mais acessíveis e aceitam aplicações a partir de R$ 1 mil. O ideal é deixar mais de 30 dias. As taxas são um pouco menores em relação à compra do dólar em espécie. Uma desvantagem é o prazo de resgate que tende a ser maior que um dia, algumas taxas administrativas, tributação de imposto de renda e para operações menores que 30 dias paga-se IOF (Impostos sobre Operação de Crédito, Câmbio e Seguro).

Para quem tem interesse em investir em empresas do exterior, vale conferir o vídeo abaixo:

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