Planejamento financeiro 2: estudo e faculdade dos filhos

Já falamos aqui no Aplicações Financeiras sobre a importância da educação financeira para melhorar a qualidade de vida e alcançar objetivos pessoais, profissionais ou familiares. Sem dúvida, quem organiza suas finanças tem o privilégio de poder fazer as coisas com calma e tranquilidade.

Se você já tem filhos com certeza deseja que eles estudem em boas instituições de ensino a fim de terem uma profissão ou uma carreira profissional bem-sucedida. Pensando agora no planejamento financeiro familiar é importante que você separe uma parte de seus recursos para investir nos estudos dos seus filhos (desde a formação fundamental, média, cursinho e faculdade). Mas quanto isto vai custar no seu orçamento? Depende de uma série de fatores. Confira abaixo:

Fase 1: preparando seu filho para o vestibular

  • Seu filho estuda em escola pública e precisará de ajuda para passar no vestibular

Em alguns casos em que os filhos não tiveram uma disciplina adequada de estudo durante o ensino médio da escola pública (vale ressaltar que isso também pode acontecer no caso da escola particular), você precisará investir em um cursinho pré-vestibular. Considere contratar um cursinho pré-vestibular semi-extensivo (seis meses) se ele for muito dedicado, ou um curso extensivo (1 ano) se ele se sente muito inseguro. As mensalidades desses cursos podem variar de R$ 150 a R$ 2,3 mil, com material incluso. De qualquer forma, vale acompanhar seus estudos para que ele entenda o valor do investimento que você está fazendo. Peça para ver as notas do simulado e compare com as “notas de corte” de cada exame nos últimos anos. Incentive-o se ele tira boas notas.

Conheça os incentivos do Governo Federal para o ensino superior

  • Seu filho está estudando em escola particular, mas também precisará de ajuda para passar no vestibular;

Seu filho é um aluno dedicado e sabe o valor que o seu dinheiro tem como investimento em seus estudos. O problema é que ele quer fazer medicina! Nesse caso é muito provável que você precise dar uma mãozinha para ajudá-lo na hora do vestibular, afinal cursos como medicina, direito e engenharia são extremamente concorridos. Nesse caso, no seu planejamento financeiro você precisará contabilizar, além da parcela que você já paga na escola particular, a parcela do curso preparatório (caso ele estude nas duas instituições simultaneamente). Se o gasto estiver além de suas condições financeiras vale conversar com seu filho e combinar para que ele ingresse no curso preparatório após terminar o ensino médio. Isto não o impede, no entanto, de prestar o vestibular no último ano de ensino médio como “treino” para avaliar como está o nível de conhecimento e o desempenho dele no exame. Lembre-se: acompanhar os estudos dos filhos não é uma tarefa exclusiva da escola. É importante que você ensine a ele o valor deste investimento para o futuro.

  • Seu filho estuda em escola particular, mas há uma grande chance dele ingressar em uma universidade pública

Neste caso você deve conversar com seu filho sobre quais universidades ele possivelmente vai estudar. Se existe a possibilidade de que ele mude de cidade para cursar a faculdade é importante que você estude os custos relacionados a esta mudança (vamos detalhar melhor estes custos na Fase 2 abaixo). Veja se estes custos serão maiores ou menores do que o que você já está acostumado a pagar geralmente e faça uma reserva (ou aplicação financeira) de acordo com os novos valores.

  • Seu filho estuda em escola pública, mas há uma grande chance dele ingressar em uma universidade pública

O senso comum diz que quem estuda em escola pública automaticamente terá mais dificuldade em passar no vestibular. Isso não é verdade. Segundo uma pesquisa da Unicamp, em 2016, mais da metade dos aprovados no vestibular da Universidade vieram de escolas públicas. Já uma outra pesquisa feita pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) apontou que universitários que vieram de escolas públicas se saem melhor nos exames que os colegas que cursaram ensino médio em escolas particulares em 53,75% dos casos em Universidades Federais. Nesse caso, os custos relacionados ao estudo de seu filho no ensino superior não estarão relacionados a matrícula ou mensalidades, mas à mudança dele de cidade (como no item anterior) ou no material que ele vai usar, tipo de transporte, etc.

  • Seu filho estuda em escola particular, mas prefere ingressar em uma faculdade particular

Nesse caso prepare-se para gastar um bom dinheiro. Faça as contas para ver se a mensalidade do curso escolhido será superior ao que você já costumava pagar na escola (com certeza será!). Segundo uma pesquisa da Hoper Educação divulgado em 2014, em média estudar em faculdade particular custa R$ 645, sendo o estado de Alagoas o mais barato e o Rio Grande do Sul o mais caro. Cursos a Distância (EAD) também costumam ter preços mais baixos, porém não são oferecidos por todas as instituições.

Se o valor estiver muito acima do seu orçamento considere sugerir a ele que trabalhe durante o dia e estude à noite (nos casos que o curso não for integral), ou que se empenhe para conseguir um desconto via bolsa de estudos. As mensalidades das faculdades de medicina podem chegar até R$ 7 mil reais (mais caras), as de engenharia podem chegar a R$ 3 mil e as de direito podem chegar a R$ 2.500.

Confira o valor das mensalidades de outros cursos superiores

Veja abaixo os cursos superiores (licenciatura e bacharelado) mais baratos do Brasil:

  1. Letras – Licenciatura
  2. História ou Geografia – Licenciatura
  3. Física ou Matemática – Licenciatura
  4. Pedagogia
  5. Ciências Biológicas – Licenciatura
  6. Serviço Social
  7. História, Geografia, Filosofia ou Ciências Sociais – Bacharelado
  8. Comunicação e Marketing – Bacharelado
  9. Teologia – Bacharelado
  10. Administração ou Ciências Contábeis – Bacharelado

Fonte: Mundo Vestibular

Obs: Não se esqueça de reservar um dinheiro para a inscrição dos vestibulares. Estes valores podem varia de R$ 90 a R$ 130 reais.
Obs 2: Lembre-se de verificar a qualificação do custo escolhido no site do MEC.

Fase 2: Ingressando em uma Universidade em outro estado 

Passado este período conturbado do vestibular, chegou o momento de colocar na ponta do lápis os custos envolvidos para manter seu filho na faculdade. Estes custos podem variar dependendo da cidade onde for morar (caso a faculdade não seja na sua cidade natal). Faça uma lista considerando os seguintes itens básicos:

  • Alimentação semanal (supermercado e restaurante – se não houver restaurante universitário no local);
  • Aluguel (caso ele não fique em alojamentos da universidade);
  • Condomínio, IPTU e serviços como água, luz e telefone;
  • Livros e material didático (prepare-se para gastar uma nota em livros de medicina!)
  • Transporte (ônibus, metrô, carro, gasolina, etc);
  • Despesas esporádicas (lazer, vestuário, etc)

Fase 3 (Custos Extras): Intercâmbio universitário ou Exames Substitutivos (“DP”)

Seu filho está feliz da vida na faculdade, quando de repente inventa que quer fazer um intercâmbio! O intercâmbio é uma ótima experiência pessoal e também profissional, porém envolve uma série de custos que podem ser altos desde a passagem até mensalidade da universidade no exterior, moradia, etc. Antes de qualquer coisa, converse com seu filho e pergunte:

  • Qual é o objetivo deste intercâmbio?
  • Que benefícios ele irá trazer no futuro?
  • Quanto tempo o intercâmbio vai durar
  • Qual é o país de destino?
  • Quais serão os gastos fixos e variáveis envolvidos?
  • Existe a possibilidade de obter uma bolsa de estudos?
  • Qual é a taxa de câmbio da moeda local?

Fonte: Finanças Práticas

Não esqueça de incluir em seu planejamento financeiro os custos com passaporte, visto, documentação, vacinas, entre outros. No caso das provas substitutivas, famosas “DPs”, os preços podem varia até 1.700% dependendo da faculdade. É bom contar com esse dinheiro também.

Gostou deste post? Deixe um comentário!